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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

BACTÉRIA MORTAL SE ESPALHA ENTRE GAYS NOS EUA, DIZ ESTUDO



A variante de uma bactéria que pode levar à morte estaria se espalhando rapidamente entre a comunidade gay das cidades de São Francisco e Boston, nos Estados Unidos.
De acordo com um estudo publicado na revista especializada Annals of Internal Medicine, a nova forma da bactéria MRSA, conhecida como MRSA USA300 é altamente resistente a medicamentos e é transmitida por meio de sexo anal, pelo contato da pele ou com superfícies contaminadas.
Os especialistas fizeram um levantamento da incidência da doença em diferentes áreas das cidades de São Francisco e Boston com base em registros hospitalares, mas não informaram o número exato de contaminados até agora.
A equipe de pesquisadores descobriu que no distrito de Castro, em São Francisco - que teria uma das maiores concentrações de homossexuais dos Estados Unidos - um em cada 588 residentes estaria infectado com a bactéria. Em outras áreas da cidade, essa proporção seria de um para cada 3.800.
Uma outra parte do estudo ainda indicou que os homossexuais moradores de São Francisco teriam 13 vezes mais chances de contrair a doença do que outros residentes da cidade.
Necrose
A infecção pode causar úlceras na pele, necrose dos tecidos, atacar órgãos como pulmão e o coração e se espalhar facilmente pela corrente sangüínea.
Entre a comunidade gay, a doença teria se proliferado pelo contato da pele, causando abscessos e infecções nas nádegas e nos órgãos genitais.
Os especialistas aconselham esfregar o corpo com água e sabão após as relações sexuais para evitar que a bactéria se espalhe.
De acordo com o jornal americano The New York Times, 19 mil pessoas morreram nos EUA em 2005 em decorrênica de doenças causadas pela MRSA (Estafilococos Aureus resistente à meticilina, MRSA, na sigla em inglês).
No passado, a bactéria era comum apenas em infecções hospitalares, mas recentemente também tem sido contraída por pessoas saudáveis fora dos hospitais.
Além de ser resistente à meticilina, a MRSA USA300 também não é facilmente combatida por outros antibióticos utilizados para tratar outras variantes da bactéria.
Os especialistas advertem que a menos que laboratórios de microbiologia identifiquem o tratamento adequado para nova bactéria, “a infecção poderá se espalhar rapidamente e se tornar uma ameaça nacional”.

Fonte: BBC

sábado, 12 de janeiro de 2008

INSTITUTO DÁ AVAL A TESTE QUE DETECTA O HIV PELA SALIVA



Aprovado e comercializa-do nos EUA desde 2004, o teste rápido de detecção de HIV por via oral foi lançado dia 3/12/07 no Brasil, em evento científico no Rio. O exame usa amostras de saliva (fluido oral), o resultado sai em 20 minutos e é 99% confiável.
O teste recebeu aval do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), mas ainda não foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O preço do teste no Brasil também não está definido-nos EUA, custa o equivalente a R$ 35.



O Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, informou que aguarda o registro do produto para avaliar a sua inclusão ou não no serviço público de saúde.

Assim como nos EUA, o teste oral, chamado OraQuick, não estará à venda nas farmácias brasileiras, segundo o fabricante OralSure Technologies. Será usado em centros de saúde, hospitais e laboratórios-sempre com presença de um técnico para interpretá-lo e de um serviço de aconselhamento.

Exame de sangue
O Brasil já dispõe de outros testes rápidos de HIV, que demoram em média 40 minutos para ficarem prontos, mas precisam de amostras de sangue - que demanda mais profissionais e material para a realização. Esses exames são empregados em serviços de triagem de emergência, como em mulheres em trabalho de parto que não passaram pelo exame no pré-natal.

Já o resultado dos testes tradicionais usados para detectar o HIV, disponíveis na rede pública, pode demorar de três a 40 dias (dependendo da região do país). Para especialistas, essa demora é um dos fatores que faz com que 30% das pessoas que se submetem ao teste não voltem para buscar o resultado.

O teste oral pode detectar anticorpos do HIV-1 e do HIV-2 e é fácil de ser aplicado. Basta passar uma palheta (parecida com um cotonete) na gengiva e, então, mergulhá-la numa solução líquida reveladora. Se o resultado for positivo, duas linhas vermelhas aparecerão. Os casos de resultados positivos deverão ser confirmados por outros exames tradicionais de sangue.

O fato de a saliva ser utilizada como meio de testagem não quer dizer que exista vírus na mesma. O teste verifica a existência de anticorpos do HIV. E anticorpos não são transmitidos para outra pessoa.

O novo teste Oraquick é mais prático por dispensar agulha, seringa, entre outros apetrechos, além de profissionais para a coleta, análise e interpretação dos dados e informação do resultado ao paciente. Nos EUA, o exame oral foi incluído em campanhas públicas de detecção do HIV.


(Texto adaptado)

CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo