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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

MINISTÉRIO DA SAÚDE CONFIRMA QUE GAYS NÃO PODEM DOAR SANGUE



Em nota técnica datade de 15/09, o Ministério da Saúde confirmou que gays e homens que fazem sexo com outros homens (HSH) não podem ser doadores de sangue. Segundo os representantes do Ministério, os grupos "mantém conduta de risco de infecção de doenças como Hepatite B, C e AIDS".
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A nota intitulada "Situação de risco acrescido para doação de sangue" é baseada em algumas pesquisas recentes e outras nem tanto, relacionadas à Aids. De acordo com os dados, no Brasil a Epidemia de Aids é menor que 1% na população em geral, e maior que 5% em gays e HSH.
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Além disso, estudos nos EUA e na Inglaterra também apontam diferenças significantes no número de casos de Aids entre gays e entre heterossexuais. O mesmo é dito sobre a hepatite C, em uma pesquisa de 1991, "HSH pode ser considerado de risco acrescido para infecção pelo vírus da hepatite C (VHC), apesar da via sexual não ser uma via efetiva de transmissão do vírus".
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O Ministério da Saúde chega a conclusão de que estão inaptos para doação de sangue: homens e ou mulheres que tenham feito sexo em troca de dinheiro ou de drogas, e os parceiros sexuais destas pessoas; pessoas que tenham feito sexo com um ou mais parceiros ocasionais ou desconhecidos, sem uso do preservativo; pessoas que foram vitimas de estupro; homens que tiveram relações sexuais com outros homens e ou as parceiras sexuais destes; homens ou mulheres que tenham tido relação sexual com pessoa com exame reagente para anti-HIV, portador de hepatite B; pessoas que estiveram detidas por mais de 24h; pessoas que tenham colocado piercing ou feito tatuagem em lugares que não apresentavam condições de segurança; pessoas que tenham apresentado exposição a sangue ou outro material de risco biológico; pessoas que sejam parceiros sexuais de hemodialisados e de pacientes com historia de transfusão sanguínea; pessoas que tiveram acidente com material biológico.
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Antes de encerrar o comunicado, a entidade pede desculpas pela restrição de doadores. "No entendimento do Ministério da Saúde, as restrições a doação de sangue presentes na legislação sanitária, nao têm por objetivo a exclusao do grupo de gays e HSH desta generosa prática; nem tampouco apoiar atitudes de constrangimentos e de discriminação desta natureza nos serviços de hemoterapia. A posição do Ministério da Saúde e a de convocar os diversos atores envolvidos neste tema a ampliação da consciência sanitária e da solidariedade. Desta forma, espera-se que os gays e HSH conheçam os riscos reais e assumam a responsabilidade sobre a saúde das pessoas receptoras do sangue doado e que, os serviços de hemoterapia realizem o atendimento de forma mais acolhedora e humanizada, livre de qualquer discriminação dos candidatos à doação".
Para ler o documento de 7 páginas, clique aqui.
Fonte: A Capa / Site do Programa Nacional de Aids

CRESCE INCIDÊNCIA DE AIDS ENTRE USUÁRIOS DE DROGAS INJETÁVEIS



LONDRES (Reuters) - A taxa de infecção do vírus HIV entre usuários de drogas injetáveis parece estar em ascensão, segundo estudo publicado semana passada.

Estima-se que haja 3 milhões de usuários de drogas injetáveis soropositivos, segundo a compilação de estudos e de dados da ONU e de especialistas internacionais.

Essa pesquisa detectou o uso de drogas injetáveis em 148 países, e descobriu que em nove países esse tipo de paciente representa 40 por cento dos soropositivos: Estônia, Ucrânia, Myanmar, Indonésia, Tailândia, Nepal, Argentina, Brasil e Quênia.

"Os novos dados sugerem aumentos tanto no número de usuários de drogas injetáveis quanto na prevalência do HIV em usuários", disseram Kamyar Arasteh e Don Des Jarlais, do Centro Médico Beth Israel, de Nova York, em um comentário sobre o estudo publicado na revista médica Lancet.

Segundo eles, ainda há tempo para educar as pessoas em países onde o uso de drogas injetáveis é comum, mas o vírus ainda não começou a infectá-los em grande escala.

Seringas usadas podem transmitir o vírus da Aids, e os usuários de drogas também ficam mais propensos a outros comportamentos de risco, como o sexo sem preservativo.

Os pesquisadores estimam que em 2007 quase 16 milhões de pessoas tenham usado drogas injetáveis. China, EUA e Rússia lideram essa estatística. Segundo eles, há poucos dados da África, e o Sudeste Asiático, o Leste Europeu e a América Latina também despertam preocupação.

"O uso de drogas injetáveis ocorre na maioria dos países, e a infecção por HIV é prevalente entre muitas populações de usuários de drogas injetáveis, representando um grande desafio à saúde global", escreveram Bradley Mathers e seus colegas do Centro Nacional de Pesquisa com Drogas e Álcool da Austrália.

A pesquisa apontou grandes disparidades entre os países. Na Grã-Bretanha, por exemplo, 0,4 por cento das pessoas entre 15 e 64 anos já usaram drogas injetáveis, e 2,3 por cento delas têm Aids.

Na Espanha, a proporção de usuários é inferior, 0,31 por cento, mas quase 40 por cento deles têm o HIV, maior proporção da Europa, segundo os pesquisadores.

Mesmo tendo mais usuários, Austrália e Nova Zelândia mantiveram baixíssimos índices de contaminação, graças a adoção de programas de distribuição e troca de seringas e agulhas na década de 1980.

Eles também citaram com preocupação a rápida expansão da epidemia entre usuários estonianos nos últimos anos. "Há uma década, o HIV não era identificado entre pessoas que injetavam drogas na Estônia. Uma estimativa recente sugere que agora a prevalência do HIV em algumas populações tenha alcançado 72 por cento em uma amostra de usuários de drogas injetáveis."


Fonte: Reuters
por Michael Kahn