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segunda-feira, 30 de março de 2009

CIRCUNCISÃO MASCULINA PREVINE INFECÇÃO POR HIV, HERPES GENITAL E HPV

Procedimento só não mostrou resultados contra a sífilis, diz estudo.
Redução do risco ficou em 50%, 28% e 35%, respectivamente.

Esse é resultado de um estudo publicado na quinta (26/03) na revista "The New England Journal of Medicine". Um resultado preliminar do estudo já havia comprovado, em 2006 a redução do risco de contaminação pelo HIV em 50% a 60% no grupo submetido ao procedimento.
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O trabalho é conduzido em Ruanda, por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, nessa que é uma das áreas africanas mais duramente atingidas pela Aids. Nessa etapa da pesquisa os cientistas queriam avaliar o impacto da circuncisão sobre a sífilis, a herpes genital e o HPV, doenças sexualmente transmissíveis, comuns em todo o mundo.
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Foram mais de 5 mil voluntários, todos sorologicamente negativos para as doenças, com idades entre 15 e 49 anos. Os pacientes eram submetidos a circuncisão imediatamente ou dois anos mais tarde. O acompanhamento era feito com exames de sangue e consultas pelo menos três vezes durante os dois anos do estudo.
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A redução do risco de contaminação pelo vírus da herpes apareceu logo no início do estudo e foi apresentado ao mundo científico em uma conferência no ano passado. A circuncisão masculina reduziu em 28% o risco de contaminação pelo vírus do herpes genital no grupo de participantes operado. De forma semelhante, o risco de serem contaminados pelo vírus do HPV foi reduzido em 35% no grupo tratado. Apenas com relação à contaminação pela sífilis a circuncisão não foi eficiente, não apresentando redução do risco de contaminação.
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Esse resultado tem implicações não só no campo da saúde masculina mas também traz boas notícias para as mulheres. Intervenções de saúde pública no campo das doenças sexualmente transmissíveis afetam as taxas de transmissão dessas doenças e suas consequências. A diminuição da contaminação masculina pelo HPV pode impactar a ocorrência do câncer de colo de útero, além de proteger o homem de outros tumores malignos que estão ligados à essa infecção.
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A Academia Americana de Pediatria informou que vai revisar suas diretrizes visando a inclusão da indicação da circuncisão masculina entre elas.
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Por: Dr. Luis Fernando Correia
Fonte: Site G1.com

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sábado, 28 de março de 2009

MICHEL SIDIBÉ, DA ONU, VISITA ARCO-ÍRIS E ASSUME COMPROMISSO COM LGBT


“NÓS FAREMOS A DIFERENÇA NA LUTA CONTRA A AIDS”
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O diretor-geral do Programa de Aids da ONU, Michel Sidibé, visitou o Grupo Arco-Íris
e estuda parceria com LGBTs
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Organizações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) de diversas cidades do Rio de Janeiro se reuniram na sede do Grupo Arco-Íris para recepcionar os representantes da ONU, Michel Sidibé e Pedro Chequer hoje (28/3) pela manhã. O objetivo do encontro é fazer um breve panorama dos obstáculos e desafios no enfrentamento da Aids entre a população LGBT no país. O evento também serve para compartilhar informações sobre as políticas da ONUSIDA para o combate da epidemia no Brasil e no mundo.
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“Os diálogos com as organizações que lutam no combate da epidemia do HIV e as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade são fundamentais e deveriam ocorrer com mais freqüência. [...] O arco-íris é o símbolo da África do Sul, de onde eu vim, justamente porque Mandela lutava contra o estigma e defendia a pluralidade a fim de acabar com o apartheid. Quero levar a ONUSIDA para um próximo nível, focando a população LGBT. Faço parte dessa campanha contra a homofobia não só no Brasil como no mundo inteiro. Queremos salvar vidas, mas sem deixar de resguardar a dignidade!”, afirma Michel Sidibé.
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A presidente do Grupo Arco-Íris, Gilza Rodrigues iniciou a reunião agradecendo a presença de Sidibé e de toda sua comitiva. “É necessário dialogar mais sobre a implementação e execução de ações de combate ao HIV/AIDS na população LGBT. Entendo este encontro como um novo ponto de partida para discutirmos o enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS sob a perspectiva dos direitos humanos”, disse a presidente.
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Projetos de prevenção em HIV/DST/Aids, realizados por algumas organizações do Rio foram apresentados com o intuito de expor e exemplificar políticas que são adotadas no estado para combater a doença. Entre eles estão o “Entre Garotos” e o “Laços & Acasos”, ambos realizados pelo Grupo Arco-Íris com financiamento da Fundação holandesa Schoerer. Estes projetos fazem parte das políticas da ONG para o enfrentamento da epidemia no município do Rio e para a formação de ativistas e multiplicadores de “práticas sexuais seguras”. Outros projetos como “Prevenção para Jovens Homossexuais Soropositivos”, da ABIA; “Babadão da Promoção da Saúde”, do Grupo Pela VIDDA/RJ; “iPrEx”, da Fiocruz; e o Programa Ampliação e Extensão das Opções de Testagem Anti-HIV, do Pact Brasil.

O diretor da ONUSIDA-Brasil, Pedro Chequer enfatizou a importância dos esforços do Movimento LGBT brasileiro na formulação, execução e monitoramento das políticas de prevenção do HIV/Aids no Rio. “Apesar de este encontro estar sendo rápido, acredito que ele seja bastante significativo, justamente por propiciar o diálogo entre um diretor da ONU e uma organização que trabalha diretamente com populações em vulnerabilidade, como é a LGBT”, complementou.
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O ativista gay e articulador do encontro Cláudio Nascimento, que também é membro do Conselho Nacional de Combate a Discriminação da Presidência da República enfatiza o ineditismo do encontro e sua importância no combate da doença no Brasil. “Esse encontro é muito importante. É a primeira vez que uma alta-autoridade da ONU vai a um Grupo LGBT brasileiro, reconhecendo assim o papel do movimento LGBT como ator importante no enfrentamento do HIV-Aids. Temos trabalhado para que políticas públicas de saúde sejam permanentes, que combinem estas respostas a promoção dos direitos humanos e ao enfrentamento da homofobia no Brasil e no mundo. Os governos devem canalizar recursos mais consistentes para esta área e se comprometer com a execução dessas políticas. Vamos pedir ao Sr. Sidibé que lidere uma estratégia internacional de monitoramento dos países e cobertura dessas ações de saúde pública mais efetivas junto a LGBT.”
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O encontro também teve a presença do diretor da ONUSIDA-América Latina, Cesar Nunes e da deputada federal Cida Diogo (PT/RJ), que pediu aos representantes da ONU que intercedessem junto ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral pelo fortalecimento da Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.


Fonte: Assessoria de Comunicação - Grupo Arco-Íris
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"BRINGUEDOS ERÓTICOS" FAZEM SUCESSO NO GRUPO ARCO-ÍRIS

Foi concorrida o bate-papo de estreia do colunista do Jornal O Sexo Dr. Jorge Eurico, ontem, na sede do Grupo Arco-Íris.
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Médico Infectologista e Pesquisador do IPEC – Fiocruz e HGNI, além de Coordenador Regional da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro (SIERJ), Dr. Jorge apresentou as últimas novidades dentre os brinquedinhos usados para apimentar uma relação sexual.
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A surpresa da noite foram alguns vídeos mostrados durante a palestra, que, parece que deixou muita gente com calor.
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Ao que tudo indica, o mesmo assunto deverá ser reapresentado em outro local, apesar de nada estar definido.
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Parabéns ao Dr. Jorge Eurico e ao Grupo Arco-Íris pela iniciativa.
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Aguardem que o BLOG SAÚDE & SEXO divulgará a data, local e assunto do próximo bate-papo.
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quarta-feira, 25 de março de 2009

"BRINQUEDOS ERÓTICOS" SERÃO TEMA DO PRÓXIMO ENCONTRO DO GRUPO ARCO-ÍRIS

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Nesta sexta-feira, dia 27 de março, o Dr. Jorge Eurico, Médico Infectologista e Pesquisador do IPEC – Fiocruz e HGNI, Coordenador Regional da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro (SIERJ) e Colunista exclusivo do Jornal O Sexo, estreará sua participação no Grupo Arco-Íris com uma atividade mensal de orientação a toda comunidade LGBT sobre saúde e sexualidade.
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Venha saber e perguntar tudo aquilo que você quer conhecer mais sobre sexo, e assuntos científicos e médicos relacionados ao tema, sem preconceitos!
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Dia: 27 de março de 2009
Horário: 19h30min em ponto!
Local:
Grupo Arco-Íris
Rua Monte Alegre, 167-A, Santa Tereza
(esta rua fica em frente ao Supermercado Mundial da Rua do Riachuelo)
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Informações:
(21) 2222-7286 / 2215-0844

Email:
arco-iris@arco-iris.org.br


Fonte: Grupo Arco-Íris
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sexta-feira, 13 de março de 2009

PARA ERRADICAR A AIDS, por Dráuzio Varella

Convencer a população a fazer o teste anti-HIV é prioridade máxima em saúde pública
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PELA PRIMEIRA VEZ, surge um modelo para acabar com a epidemia de Aids. Pode parecer uma ideia delirante, mas foi proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Tomo a liberdade de fazer uma introdução. Não se desespere, leitor, será breve.
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Introduzida na clínica em 1995, a associação de medicamentos antirretrovirais (conhecida como "coquetel") mudou a história natural da infecção pelo HIV. Antes da existência deles, quando as infecções oportunistas características da fase de Aids se instalavam, poucos sobreviviam dois ou três anos.
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Um dos aspectos mais impressionantes da ação dessas drogas é a capacidade de reduzir o número de partículas virais no sangue. Em alguns casos, o HIV se torna indetectável mesmo por métodos de altíssima sensibilidade, capazes de acusar a presença de uma única cópia do vírus.
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Infelizmente, a indetectabilidade na corrente sanguínea não representa a cura da infecção, porque o HIV persiste no organismo, em santuários fora do alcance do sistema imunológico.
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Um dia, graças à habilidade de sofrer mutações, o vírus se tornará resistente às drogas administradas e voltará a circular com liberdade. Será preciso mudar o esquema para controlar a multiplicação.
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O tratamento que reduz a carga viral no sangue também provoca queda do número de vírus no esperma e nas secreções vaginais, diminuindo a probabilidade de transmissão sexual.
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Agora, vamos ao tema.
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A OMS acaba de publicar, na revista "The Lancet", um modelo que explora "a possibilidade de eliminar a epidemia de Aids por meio da testagem voluntária e do tratamento imediato de todos os infectados".
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De acordo com ele, cada indivíduo infectado que desconhece sua condição transmite o vírus para sete outros, em média, antes de ir a óbito.
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O modelo compara o impacto do tratamento na carga viral nas várias fases da doença, para concluir que a redução do número de vírus nas secreções sexuais logo depois do contágio diminuiria a probabilidade de transmissão em 99%.
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O estudo da OMS usou como exemplo a África do Sul, país em que 17% dos adultos estão infectados pelo HIV. Lá, os medicamentos são fornecidos gratuitamente, a partir do momento em que o exame de sangue acusa um número de células CD4 (alvos da agressão do HIV) abaixo de 350.
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Nessa fase, a previsão é de que a pessoa já teria infectado outras três.
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Mas, se o tratamento tivesse começado logo após o contato com o vírus, ela infectaria menos de uma pessoa, em média.
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Segundo os autores, o tratamento precoce faria a epidemia sul-africana desaparecer em 14 anos. Os gastos com os testes e o tratamento universal dos infectados seriam menores do que continuar combatendo a doença com as armas atuais. Pelos cálculos, em 2015, a África do Sul gastará com testes e tratamento três vezes mais que hoje.
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Há estimativas de que, em 2015, serão necessários US$ 41 bilhões para testar e tratar os 14 milhões de infectados que chegarão à fase de Aids nos países pobres. Atualmente, as doações disponíveis por meio dos fundos internacionais mal chegam a US$ 10 bilhões.Os críticos afirmam que nesses países faltariam fundos para testar tanta gente, treinar técnicos e fornecer os medicamentos, que o vírus poderia se tornar cada vez mais resistente aos antirretrovirais e que ainda existem 7 milhões de portadores do HIV à espera de tratamento.
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Kevin De Cock, diretor do programa de HIV/Aids da OMS, contrapõe: "No mundo, cerca de 3 milhões de pessoas recebem antirretrovirais gratuitamente. Quem imaginou que isso fosse possível?".
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A OMS propõe que sejam feitas pesquisas em escala limitada para avaliar o modelo de testagem e tratamento imediato, antes de aplicá-lo em populações maiores.
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O problema dos portadores que disseminam o vírus por desconhecer sua condição é da maior gravidade. Na África situada abaixo do deserto do Saara, eles representam 80% dos infectados; nos Estados Unidos, pelo menos 25%; no Brasil, apesar do teste ser oferecido pelo SUS, o Ministério da Saúde calcula que metade dos HIV-positivos esteja nessa situação.
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Convencer a população a fazer o teste anti-HIV é prioridade máxima em saúde pública.
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O estudo publicado pela OMS deve ser olhado com o maior interesse, porque ressalta a importância fundamental de testar grandes massas populacionais, além de ousar propor um modelo para erradicação da epidemia, pela primeira vez na história.
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Fonte: Folha de São Paulo, 28/2/09.
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