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terça-feira, 6 de abril de 2010

FOR LOVE OF LATEX / SEXO COM CAMISINHA


Por que eu deveria usar o preservativo?

É simples: um preservativo de látex, usado corretamente toda vez que tiver relações sexuais, oferece excelente proteção contra as DSTs e gravidez. Existem outros métodos de controle de natalidade, mas eles não oferecem qualquer proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. Os preservativos vêm em muitos formas, tamanhos e sabores que com certeza, você e seu parceiro vão encontrar um favorito (e se divertir com isso!).

Quais devo escolher?

A única coisa que você precisa é ter certeza que o preservativo é feito de látex ou poliuretano e que se encaixem. Por quê? preservativos de pele animal, não são confiáveis, são soltos e podem deslizar ou sair (em outras palavras, eles não funcionam). Então, enquanto a camisinha é feita de látex ou poli e cabe ... o resto é com você! Os preservativos masculinos são mais populares, mas sinta-se livre para experimentar os preservativos femininos, que são como um pequeno saco de plástico fino que é inserido na vagina, em vez do seu pênis - mas eles são igualmente eficazes.

Onde posso comprá-los?

Drogarias, mercearias, lojas de conveniência, postos de gasolina, supermercados... e muitas vezes você pode obtê-los gratuitamente em um centro de testes(CTA), posto de saúde, ONG ou centro de serviços de saúde. Se você acha estranho comprar um, lembre-se: mais de 10 bilhões de preservativos são usados em todo o mundo a cada ano, sendo assim, você estará fazendo uma das compras mais comuns em todo o mundo, literalmente.

Como faço para colocar?

1. Se ele é pré-lubrificado ... pule para o passo 2. Se não, aplique uma pequena quantidade de lubrificante à base de água dentro e fora do preservativo (não usar um óleo ou vaselina ou loção ou qualquer outra coisa, porque ele pode romper o látex do preservativo, tornando-se inútil).

2. Quando o pênis está duro (ereto), mas antes de fazer sexo, (Antes de gozar pode ter um pouco de esperma no pênis, bem como conter vírus como o HIV) abrir a embalagem com cuidado. Use somente as mãos, pois os dentes podem rasgá-lo! E retirar o preservativo ainda enrolado.

3. Apertar a ponta.

4. Desenrole o preservativo até o fim do pênis. Certifique-se que não há bolhas de ar, que está confortável para não escorregar durante o sexo, e que você tem um pequeno espaço na ponta.

5. Será que está errado? De dentro para fora? Tem ar aí? Recomeço com um novo preservativo! Quando eu tirá-lo?

Logo depois que ele ejacula (goza), mantenha a base do preservativo, para que fique no lugar quando o pênis é retirado lentamente (e ainda ereto/duro). Envolvê-la em papel ou plástico e jogá-lo fora. Não lave-o! É provável que possa entupir o vaso sanitário (romântico, né?).

E sobre o sexo oral?

Vamos deixar um presente para os cientistas: de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), é possível obter HIV e outras DSTs durante o sexo oral. Se a pessoa fazendo sexo oral é HIV positivo, o sangue de sua boca pode entrar no corpo da pessoa que recebe o sexo oral através do revestimento da uretra (abertura na ponta do pênis), o revestimento da vagina ou do colo do útero, o revestimento do ânus, ou diretamente no corpo através de pequenos cortes ou feridas abertas. As DSTs podem também serem transmitidas por via oral. A pessoa que recebe o sexo oral, quando é HIV positivo ou tem outra doença sexualmente transmissível, o seu sangue, sêmen, ou líquido pré ejaçulação ou fluido vaginal também podem entrar no corpo da pessoa que está fazendo o sexo oral (pela boca). Portanto ... O CDC recomenda o uso de um preservativo de látex não lubrificado ou poliuretano (plástico) para sexo oral em um pênis. Para o sexo oral na vagina ou no ânus, o CDC diz que deve-se usar uma barreira de látex (como um pedaço de borracha de látex natural, ou uma camisinha ou luva cortada, aberta, que faz um tipo um quadrado/retângulo) entre a boca e os órgãos genitais de seu parceiro. A barreira de látex reduz o risco do sangue ou os fluidos vaginais entrarem em sua boca. Plástico de embrulhar comida (PVC) também pode ser usado como uma barreira.

Qualquer outra coisa que é preciso saber?

Como nas caixas de leite, embalagens de preservativos têm uma data de expiração/validade. Se essa data já passou ... se você beber o leite? Não! Da mesma forma, se o preservativo está vencido, parece seco, quebradiço, rígido ou pegajoso, você não deve usá-lo. É uma boa idéia manter alguns extras em mãos, no caso de um rasgo ao abrir o pacote ou colocá-lo errado. Armazená-los em um lugar fresco e seco, e ser cuidadoso quando você abre o pacote: sem dentes ou tesoura, por favor!

Traduzido pelo Blog Saúde & Sexo

sábado, 3 de abril de 2010

RAZÃO E SENSIBILIDADE (ARTIGO) Por CHICO D'ANGELO

Ao longo dos anos, o Brasil construiu uma avançada política de controle da AIDS, que é paradigma para outros países.
Entre os vários aspectos deste processo, há que se destacar o frequente ajuste das estratégias de atuação e a permanente mobilização social. Estas questões se interrelacionam, pois, além de garantir status de prioridade entre as políticas de saúde pública, o intenso ativismo de cerca de 500 organizações não governamentais proporciona sensibilidade e propicia ajustes que garantem a eficiência das ações voltadas para diferentes grupos populacionais.
Além da permanente ênfase na prevenção, a política de AIDS tem sido levada a públicos estratégicos, mobilizandoos para o diagnóstico precoce do HIV. No entanto, dados do Ministério da Saúde demonstram que, se existem avanços nos grandes centros urbanos, ainda é preciso buscar alternativas para as cidades com menos de 50 mil moradores.
Em síntese, a AIDS recua nas grandes cidades do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste, mas avança no interior do País. No Norte e Nordeste, as taxas aumentaram nas pequenas, médias e grandes cidades.
A AIDS é um fenômeno social que envolve diversos tabus da sociedade, como a sexualidade, a homoafetividade e o uso de drogas. Não se pode executar uma política de controle da doença de forma homogênea, desconhecendo as amplas variações de comportamento.
Por isso, também são fundamentais ações que combatam o preconceito.
Estima-se que cerca de 630 mil brasileiros estejam infectados pelo HIV, mas supõe-se que 255 mil desses indivíduos nunca tenham feito o teste e, logo, não se saibam portadores do vírus.
Em 2009, a incidência da doença era maior entre moças do que entre rapazes, de 13 a 19 anos. Isto porque, em 2008, a proporção de mulheres com esse perfil que procuraram conhecer sua condição sorológica não passou de 50% do percentual estimado.
O medo do diagnóstico e da discriminação também são fortes aliados do mito de que a vulnerabilidade está limitada a segmentos específicos da sociedade, o que torna a importância do diagnóstico menor para o senso comum.
Consequentemente, entre 33% e 44% dos pacientes de AIDS têm diagnóstico quando já apresentam o quadro clínico da doença e estima-se que 17% vão a óbito no primeiro ano após o diagnóstico.
Se os números mais recentes caracterizam a estabilização da doença, em termos nacionais, também deixam clara a necessidade de políticas locais diferenciadas, que levem em conta peculiaridades socioculturais da população.
Mobilizações itinerantes de testagem e iniciativas de organizações da sociedade civil muitas vezes acessam públicos com os quais os serviços formais têm dificuldade de aproximação. As pessoas vivendo com HIV e AIDS são fundamentais neste esforço, pois são multiplicadoras de informações sobre a doença com maior credibilidade. Divulgar informações de forma estratégica e tornar o teste de AIDS acessível a toda a população ainda são desafios que exigem a participação e o controle da sociedade.
Entre os avanços e recuos deste processo, cabe uma certeza: a política de controle da AIDS é uma progressiva conquista da cidadania brasileira.

*CHICO D'ANGELO é deputado federal (PT-RJ) e presidente da Frente Parlamentar HIV/AIDS.
Fonte: O GLOBO/OPINIÃO