Páginas

terça-feira, 30 de setembro de 2008

"Há três semanas eu descobri que tenho o vírus HIV." - AS ALUCINANTES NOITES DOS CAMICASES

Um novo perfil de paciente chega ao consultório dos infectologistas: jovens com menos de 25 anos que, embalados por álcool e drogas, deixam a camisinha de lado e se contaminam com o HIV


"Sempre soube da importância da camisinha. Minha mãe insistia para que eu nunca saísse de casa sem ela. Certa vez, na escola, uma professora demonstrou como usar o preservativo. Achei patético. Aquilo não era para mim. No fundo, achava que aids era coisa de gay. Aos 16 anos, no início da minha vida sexual, eu até usava camisinha, com medo de engravidar as meninas. Depois, desencanei por causa da bebida. Sob o efeito da cerveja e do uísque, aí é que a camisinha não saía mesmo do meu bolso. Meus amigos também agem assim. Há três semanas eu descobri que tenho o vírus HIV. É óbvio que eu tomei um susto. Mas agora estou mais tranqüilo. Daqui a uns dias vou começar a tomar o coquetel contra a aids. Sei que terei uma vida normal."
_

O relato do estudante paulistano A.K., de 21 anos, é aterrador. Impressiona pelo descaso com o sexo seguro e, agora, pelo modo como enfrenta a infecção pelo HIV. Ele não é uma exceção. Rapazes e moças como A.K. se tornaram figuras freqüentes nos consultórios dos grandes infectologistas brasileiros: jovens de classe média, com menos de 25 anos, contaminados pelo vírus da aids em baladas regadas a muito álcool e drogas. "Em 28 anos de consultório, nunca vi tamanho desdém pela proteção sexual", diz Artur Timerman, infectologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "E esse descaso é provocado pelo abuso de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes." Oficialmente, a ocorrência de aids entre os jovens de 13 a 24 anos mantém-se estável nos últimos cinco anos. Eles representam 10% do total de infectados no país a cada ano, o que equivale a cerca de 3.000 casos. "Mas é urgente que essa rapaziada mude de comportamento já", alerta o infectologista David Uip, do Hospital Sírio-Libanês. "Do contrário, prevejo uma explosão da contaminação por HIV entre os jovens." Até recentemente, os portadores do vírus com menos de 25 anos que chegavam ao consultório de Uip eram, no máximo, três por ano. De 2007 para cá, o médico passou a atender, em média, um paciente com o mesmo perfil por mês. "Estou estarrecido com a postura camicase desses garotos", afirma o infectologista.
_

Em algumas situações, o comportamento irresponsável adquire contornos suicidas. Comum entre os gays americanos desde os anos 90, vem ganhando força no Brasil a prática do bare-backing, em que homossexuais masculinos se expõem voluntariamente ao vírus da aids em relações sem proteção. A expressão barebacking pode ser traduzida como "cavalgada sem sela". Nessa roleta-russa da aids, um portador do HIV é chamado a participar de uma orgia. Ele pode ou não receber dinheiro por isso. Quando é contratado, o valor fica em torno de 3.000 reais. Batizado de "gift" (presente, em inglês), o soropositivo não é identificado. Todos os outros convidados, porém, sabem que na festinha há pelo menos um portador do HIV – e se divertem com o risco de ser infectados. Essa maluquice é protagonizada, em geral, por homens de 16 a 30 anos. Aos 48 anos, R.F. está contaminado há quinze. Já participou de uma dezena de barebackings. Num deles, foi o "presente", mas pediu para ser identificado. "Apesar do lenço vermelho amarrado no braço, o que denunciava o HIV, muitos quiseram ter relações comigo sem camisinha", conta R.F.
_

As drogas que alavancam o comportamento sexual irresponsável – tanto de homossexuais como de heterossexuais – podem ser pesadíssimas. Além da onipresente cocaína, consome-se bastante o chamado special K, um anestésico de cavalo com efeito alucinógeno arrebatador. Outra droga que começa a despontar no Brasil é o crystal. Derivado da anfetamina, ele é muito comum nas festas gays. Nos Estados Unidos, onde o seu uso está amplamente disseminado, o crystal é alvo de campanhas antiaids por favorecer enormemente o sexo sem proteção. Um estudo publicado no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes mostra que o crystal aumenta em 46% o risco de infecção pelo HIV. O álcool, por sua vez, quando consumido em excesso, quintuplica a probabilidade de um jovem fazer sexo sem proteção. Com a palavra a gaúcha C.A., secretária de 28 anos:

"O abuso de bebida na adolescência me levou a ter aids. Quando completei 18 anos, conheci um cara que adorava beber e eu passei a acompanhá-lo nas bebedeiras. A partir do nosso terceiro encontro, abandonei o preservativo. O álcool distorcia a minha visão da realidade. Dois meses depois do início do relacionamento, nós nos separamos. Sete anos mais tarde, por causa de uma febre alta que não cedia, descobri que estava com aids. Desconfio que peguei a doença daquele namorado. Mas não tenho certeza porque depois dele voltei a fazer sexo sem proteção. Infelizmente, existe a possibilidade de eu ter infectado outras pessoas sem saber".

_Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo revela que 44% dos brasileiros recém-diagnosticados com HIV (14.000 pessoas ao ano, segundo as estatísticas oficiais) só descobrem a infecção com a manifestação dos primeiros sintomas da doença, como aconteceu com a secretária C.A. Em média, da infecção aos primeiros sinais da doença transcorrem sete anos. Ou seja, ao longo de todo esse período, homens e mulheres infectados podem pôr a vida de outras pessoas em risco – além da sua própria. Graças à evolução dos coquetéis de remédios, os jovens de hoje formam a primeira geração que não presenciou a devastação causada pelo HIV nos anos 80. "Para essa juventude, a aids parece ser uma realidade distante", diz o sanitarista Alexandre Grangeiro, coordenador do trabalho da USP. "Além disso, como os retrovirais estão mais eficazes, os jovens superestimam os efeitos dos medicamentos e acreditam que podem tratar a aids como um mal crônico qualquer." De fato, tais remédios têm tudo para garantir uma longa vida ao jovem A.K., o estudante de 21 anos que acaba de se descobrir portador do HIV. A "normalidade" que ele imagina, no entanto, é uma ilusão. Apesar de todos os progressos na área farmacêutica, conviver com o HIV não é tão simples assim. Os remédios só fazem efeito se tomados à risca, apresentam efeitos colaterais desagradáveis e a quantidade pode chegar a nove comprimidos diários. O melhor é não ter de tomá-los. Muito melhor é ter responsabilidade.

Reportagem: Adriana Dias Lopes Fonte: Revista VEJA Online - ed. 1/10/2008

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

MINISTÉRIO DA SAÚDE CONFIRMA QUE GAYS NÃO PODEM DOAR SANGUE



Em nota técnica datade de 15/09, o Ministério da Saúde confirmou que gays e homens que fazem sexo com outros homens (HSH) não podem ser doadores de sangue. Segundo os representantes do Ministério, os grupos "mantém conduta de risco de infecção de doenças como Hepatite B, C e AIDS".
_
A nota intitulada "Situação de risco acrescido para doação de sangue" é baseada em algumas pesquisas recentes e outras nem tanto, relacionadas à Aids. De acordo com os dados, no Brasil a Epidemia de Aids é menor que 1% na população em geral, e maior que 5% em gays e HSH.
_
Além disso, estudos nos EUA e na Inglaterra também apontam diferenças significantes no número de casos de Aids entre gays e entre heterossexuais. O mesmo é dito sobre a hepatite C, em uma pesquisa de 1991, "HSH pode ser considerado de risco acrescido para infecção pelo vírus da hepatite C (VHC), apesar da via sexual não ser uma via efetiva de transmissão do vírus".
_
O Ministério da Saúde chega a conclusão de que estão inaptos para doação de sangue: homens e ou mulheres que tenham feito sexo em troca de dinheiro ou de drogas, e os parceiros sexuais destas pessoas; pessoas que tenham feito sexo com um ou mais parceiros ocasionais ou desconhecidos, sem uso do preservativo; pessoas que foram vitimas de estupro; homens que tiveram relações sexuais com outros homens e ou as parceiras sexuais destes; homens ou mulheres que tenham tido relação sexual com pessoa com exame reagente para anti-HIV, portador de hepatite B; pessoas que estiveram detidas por mais de 24h; pessoas que tenham colocado piercing ou feito tatuagem em lugares que não apresentavam condições de segurança; pessoas que tenham apresentado exposição a sangue ou outro material de risco biológico; pessoas que sejam parceiros sexuais de hemodialisados e de pacientes com historia de transfusão sanguínea; pessoas que tiveram acidente com material biológico.
_
Antes de encerrar o comunicado, a entidade pede desculpas pela restrição de doadores. "No entendimento do Ministério da Saúde, as restrições a doação de sangue presentes na legislação sanitária, nao têm por objetivo a exclusao do grupo de gays e HSH desta generosa prática; nem tampouco apoiar atitudes de constrangimentos e de discriminação desta natureza nos serviços de hemoterapia. A posição do Ministério da Saúde e a de convocar os diversos atores envolvidos neste tema a ampliação da consciência sanitária e da solidariedade. Desta forma, espera-se que os gays e HSH conheçam os riscos reais e assumam a responsabilidade sobre a saúde das pessoas receptoras do sangue doado e que, os serviços de hemoterapia realizem o atendimento de forma mais acolhedora e humanizada, livre de qualquer discriminação dos candidatos à doação".
Para ler o documento de 7 páginas, clique aqui.
Fonte: A Capa / Site do Programa Nacional de Aids

CRESCE INCIDÊNCIA DE AIDS ENTRE USUÁRIOS DE DROGAS INJETÁVEIS



LONDRES (Reuters) - A taxa de infecção do vírus HIV entre usuários de drogas injetáveis parece estar em ascensão, segundo estudo publicado semana passada.

Estima-se que haja 3 milhões de usuários de drogas injetáveis soropositivos, segundo a compilação de estudos e de dados da ONU e de especialistas internacionais.

Essa pesquisa detectou o uso de drogas injetáveis em 148 países, e descobriu que em nove países esse tipo de paciente representa 40 por cento dos soropositivos: Estônia, Ucrânia, Myanmar, Indonésia, Tailândia, Nepal, Argentina, Brasil e Quênia.

"Os novos dados sugerem aumentos tanto no número de usuários de drogas injetáveis quanto na prevalência do HIV em usuários", disseram Kamyar Arasteh e Don Des Jarlais, do Centro Médico Beth Israel, de Nova York, em um comentário sobre o estudo publicado na revista médica Lancet.

Segundo eles, ainda há tempo para educar as pessoas em países onde o uso de drogas injetáveis é comum, mas o vírus ainda não começou a infectá-los em grande escala.

Seringas usadas podem transmitir o vírus da Aids, e os usuários de drogas também ficam mais propensos a outros comportamentos de risco, como o sexo sem preservativo.

Os pesquisadores estimam que em 2007 quase 16 milhões de pessoas tenham usado drogas injetáveis. China, EUA e Rússia lideram essa estatística. Segundo eles, há poucos dados da África, e o Sudeste Asiático, o Leste Europeu e a América Latina também despertam preocupação.

"O uso de drogas injetáveis ocorre na maioria dos países, e a infecção por HIV é prevalente entre muitas populações de usuários de drogas injetáveis, representando um grande desafio à saúde global", escreveram Bradley Mathers e seus colegas do Centro Nacional de Pesquisa com Drogas e Álcool da Austrália.

A pesquisa apontou grandes disparidades entre os países. Na Grã-Bretanha, por exemplo, 0,4 por cento das pessoas entre 15 e 64 anos já usaram drogas injetáveis, e 2,3 por cento delas têm Aids.

Na Espanha, a proporção de usuários é inferior, 0,31 por cento, mas quase 40 por cento deles têm o HIV, maior proporção da Europa, segundo os pesquisadores.

Mesmo tendo mais usuários, Austrália e Nova Zelândia mantiveram baixíssimos índices de contaminação, graças a adoção de programas de distribuição e troca de seringas e agulhas na década de 1980.

Eles também citaram com preocupação a rápida expansão da epidemia entre usuários estonianos nos últimos anos. "Há uma década, o HIV não era identificado entre pessoas que injetavam drogas na Estônia. Uma estimativa recente sugere que agora a prevalência do HIV em algumas populações tenha alcançado 72 por cento em uma amostra de usuários de drogas injetáveis."


Fonte: Reuters
por Michael Kahn

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

CADASTRAMENTO DE VOLUNTÁRIOS PROSSEGUE NA FIOCRUZ

_
O Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, da FIOCRUZ, informa que, apesar da enorme procura, continua cadastrando voluntários para um estudo internacional a ser iniciado em breve.

Chamado "Quimioprofilaxia para a Prevenção do HIV em Homens", o estudo avaliará se o medicamento, tomado apenas uma vez ao dia, é seguro e eficaz na prevenção da infecção pelo HIV em homens que fazem sexo com homens (HSH) com alto risco de se infectarem pelo HIV.

Participe deste estudo que está acontecendo em 6 países do mundo: Peru, Equador, Estados Unidos, África do Sul, Tailândia e Brasil. Acesse o site do estudo, clicando na imagem acima ou aqui.


Fonte: IPEC/Fiocruz

PARADA DO ORGULHO LGBT-RIO: CAMPANHA NÃO À HOMOFOBIA


A Campanha do Grupo Arco-íris de Cidadania LGBT lançada na 13ª Parada do Orgulho LGBT-Rio 2008, que acontece no dia 12 de outubro, pretende ser um canal de divulgação, pressão e mobilização social pela aprovação do PLC 122/06 - criminalização da homofobia, tema já discutido no ano anterior, que esse ano ganha um site, materiais gráficos e um conjunto de eventos no Rio e em várias partes do Brasil que pedem a participação ativa da população para votar a favor. O site ficará ativo, por pelo menos seis meses, para mobilizar as pessoas, trazer a discussão da violência contra LGBT à tona. A campanha estampa manequins com as marcas da homofobia.
_

O conceito
_
Criada pela Indústria Nacional Design e Dialogo Design, a idéia foi criar uma campanha que pudesse impactar a sociedade, mostrar a conseqüência da violência contra LGBT, mas sem retratar pessoas, fazer isso de maneira sensível, criativa e inovadora. Daí, veio a idéia de usar manequins que têm uma expressão sem brilho, mas refletem justamente o que uma pessoa sente quando ela é agredida por sua orientação sexual ou identidade de gênero: apanha simplesmente por existir. No fim, parece que os manequins ganharam vida e a imagem faz refletir sobre todo tipo de violência.
_
VOCÊ É A FAVOR DA LEI QUE CRIMINALIZA A HOMOFOBIA?
_
Clique aqui para votar.

Entenda a lei

Para ler o projeto de lei na íntegra, clique aqui.

VOTE!

sábado, 20 de setembro de 2008

ABIA FAZ SEMINÁRIO SOBRE ACONSELHAMENTO EM HIV/AIDS NO RIO DE JANEIRO


No dia 02 de outubro, a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) e a Gerência de DST/AIDS da Secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro realizarão no Hotel Guanabara (Av.Presidente Vargas, 392 - Centro) o seminário Aconselhamento em diferentes contextos: entraves e saída. O objetivo dos organizadores é o de reunir diferentes instituições, profissionais de saúde, pesquisadores, ativistas de movimentos sociais e usuários do sistema público de saúde para discutirem os princípios que norteiam as práticas e as ações de aconselhamento que têm sido realizadas nos últimos anos, tendo em vista a nova dinâmica da epidemia de HIV/AIDS e o acesso a serviços de diagnóstico, prevenção, assistência e tratamento no município do Rio de Janeiro e em cidades vizinhas. A seguir, veja a programação do evento:

9:00h - Abertura

9:20h - Apresentação da pesquisa sobre Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)

10:20h - Mesa 1: aconselhamento em HIV/AIDS

12:20h - Almoço

13:20h - Mesa 2: A prática de aconselhamento em diferentes espaços: enfrentando as vulnerabilidades. Como eu faço?

15:20h- Coffee break

15:25h - Mesa 3: A prática de aconselhamento em diferentes espaços: enfrentando as vulnerabilidades. Como eu faço (continuação)?

17:25 - Encerramento

A inscrição para o seminário deve ser feita através de contato com a ABIA pelo telefone (21) 2223-1040. O evento é gratuito e as inscrições limitadas.
Mais informações com Ivia Maksud ou Juan Carlos pelo e-mail abia@abiAids.org.br.

Fonte: Abia

terça-feira, 16 de setembro de 2008

MAIOR RISCO DE CONTRAIR DST É ENTRE MENORES DE 20 ANOS, DIZ PESQUISA

BRASÍLIA - A chance de desenvolver uma doença sexualmente transmissível é maior em pessoas com menos de 20 anos. Outros fatores contribuem para aumentar a vulnerabilidade às DST, como sexo desprotegido, múltiplas parcerias sexuais, sexo anal e uso de drogas injetáveis. Os dados são do mais recente levantamento sobre o assunto do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde em cinco capitais: Rio, São Paulo, Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza e Manaus.

Entre 2004 e 2007, foram feitos testes de sífilis, gonorréia, clamídia, HIV, Hepatite B e HPV em mais de 9 mil pessoas, divididas em três grupos distintos: 3.303 gestantes, 2.814 homens trabalhadores de pequenas indústrias e 3.210 mulheres e homens que procuraram serviços de saúde especializados em DST. Os dois primeiros compõem a amostra representativa da população geral dessas capitais - mulheres e homens sexualmente ativos, entre 18 e 60 anos. O último conjunto concentra pessoas com características epidemiológicas de maior vulnerabilidade.

O estudo revelou que 42% das grávidas tinham, pelo menos, uma das DST analisadas - 11% tinham uma infecção bacteriana e 37%, viral. Essas últimas, como o HPV e a Hepatite B, não têm cura; podem, apenas, ser controladas, em alguns casos, com medicamentos caros e escassos. Entre essas mulheres, 16,7% tiveram mais de um parceiro sexual no ano anterior e 49,2% disseram que nunca usam preservativo com parceiro fixo. O grupo apresentou, ainda, prevalência de 40,4% para HPV.

Também chamaram atenção as prevalências de clamídia (9,4%) e gonorréia (1,5%). Um total de 10% das gestantes estudadas apresentaram infecção simultânea das doenças. Quando não tratadas, elas podem levar a complicações como parto prematuro, ruptura prematura de membranas, infecção puerperal, cegueira e pneumonia neonatal. A prevalência de Sífilis (2,6%) também é um dado importante, pois a doença pode provocar aborto, morte do feto, malformações ósseas, surdez, cegueira e problemas neurológicos, entre outros.

Essas três doenças são curáveis e o diagnóstico e tratamento devem estar disponíveis na rede pública de saúde. Os medicamentos usados no tratamento, que devem ser prescritos por um médico, também são vendidos na Farmácia Popular, a preços que vão de R$ 0,39 a R$ 5 (exceto a penicilina benzatina, usada no tratamento da Sífilis, e que deve ser aplicada por um profissional de saúde).

Os homens trabalhadores da indústria apresentaram o menor índice de ocorrência de DST (5,2%) entre os pesquisados. Clamídia foi a doença com maior prevalência (3,4%), seguida da Sífilis (1,9%) e gonorréia e Hepatite B, ambas com mesmo percentual (0,9%). Como o exame de HPV exige coleta de material em ambulatório, não houve investigação dessa doença no grupo, pois eles foram abordados no ambiente de trabalho.
Fonte: Agência Aids / O Globo Online