Páginas

domingo, 3 de agosto de 2008

CONFERÊNCIA AIDS 2008: BRASIL É NOTÍCIA NO MÉXICO

Em um contexto global em que a epidemia global de HIV/aids no mundo começa a mostrar indícios alentadores, o México aparece como un dos países que destinam mais recursos internos à luta contra a doença, revelou o Informe sobre a Epidemia Mundial de Aids 2008. -
_
Considerando somente o gasto nacional, unicamente o Brasil, a África do Sul , e a Federação Russa estão gastando mais para frear a doença, revelou o documento. .O mesmo indica que a infecção foi reduzida de três a 2.7 milhões de pessoas no final do ano passado e as mortes por aids diminuíram para 2 milhões.
-
Elaborado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), o informe assegura que o futuro da epidemia ainda é “incerto”, pelo que urge intensificar ações preventivas e de tratamento. No mundo há 33 milhões de pessoas que vivem com o HIV, número que traduz uma estabilização da epidemia, mas a um custo alto, porque “o silêncio, o temor e a vergonha” ainda permitem que esta doença se multiplique com estigmas e discriminação.
-
E se a taxa de novas infecções baixou em vários países, no plano mundial esta tendência é compensada em parte pelos novos casos em outros países, sobretudo entre os mais pobres. A metade de todas as infecções pelo HIV correspondem a mulheres, percentagem que tem se mantido estável durante os últimos anos; e em geral se registra um aumento entre os jovens de 15 a 24 anos de idade. O informe destaca que o número de pessoas em tratamento aumentou em um milhão, tendo alcançado um total de três milhões de pacientes que recebem terapia com anti-retrovirais, o que resultou na redução do número de mortes pela aids de 2.2 (2005) a 2.1 milhões (2006) e depois a dois milhões (2007).
_
“Continuam existindo cinco novas infecções para cada duas pessoas que entram em tratamento. Desta forma, fica claro que não estamos contendo a epidemia o suficiente”, disse Paul de Lay, da Unaids. O acesso ao tratamento melhorou muito, no entanto, sem lograr os objetivos mundiais. Segundo a Unaids, em 2007 os programas contra o flagelo dispuseram de 10 bilhões de dólares, 8 bilhões a menos que o necessário.
_
A tuberculose ainda é a causa principal de morte para quem vive com o HIV em países de pobres. No informe, Philippe Lamy, representante da Organização Mundial de Saúde no México, assinalou que a tuberculose triplicou sua prevalência em países com alta incidência de HIV nas últimas duas décadas. Carlos Núñez, representante da Unaids para a América Latina, informou que em 2007 as novas infecções foram estimadas em 140 mil, tanto que o número de pessoas que vivem infectadas chegou a 1.7 milhões. Se estima que naquele ano 63 mil pessoas morreram como consequência de enfermidades ligadas à aids.
_
A epidemia na AL se mantém geralmente estável; a transmissão na região se dá principalmente entre homens que fazem sexo com homens, professionais do sexo e, em menor medida, usuários de drogas injetáveis. Brasil y México têm as mais altas taxas de contágio; o primeiro tem mais de 40 por cento dos casos (730 mil); o México tem mais de 2 mil pessoas HIV-positivas.
_
Números que doem A cada dia cerca de 7 mil 500 pessoas se infectam pelo HIV no mundo, a maioria por contato sexual ou pelo consumo de drogas injetáveis. A África subsaariana continua sendo a região mais afetada pela epidemia. 67 por cento dos casos globais se registram naquela região. A maior incidência também está ligada a mais mortes pela enfermidade. 72 por cento das mortes pela aids ocorrem na África subsaariana.

por Eugenia Jiménez, traduzido por Ygor Dias Moura

Fonte: Jornal Milênio - Cidade do México http://www.milenio.com/mexico/milenio/notaanterior.asp?id=989753