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sábado, 12 de janeiro de 2008

INSTITUTO DÁ AVAL A TESTE QUE DETECTA O HIV PELA SALIVA



Aprovado e comercializa-do nos EUA desde 2004, o teste rápido de detecção de HIV por via oral foi lançado dia 3/12/07 no Brasil, em evento científico no Rio. O exame usa amostras de saliva (fluido oral), o resultado sai em 20 minutos e é 99% confiável.
O teste recebeu aval do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), mas ainda não foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O preço do teste no Brasil também não está definido-nos EUA, custa o equivalente a R$ 35.



O Programa Nacional de DST e Aids, do Ministério da Saúde, informou que aguarda o registro do produto para avaliar a sua inclusão ou não no serviço público de saúde.

Assim como nos EUA, o teste oral, chamado OraQuick, não estará à venda nas farmácias brasileiras, segundo o fabricante OralSure Technologies. Será usado em centros de saúde, hospitais e laboratórios-sempre com presença de um técnico para interpretá-lo e de um serviço de aconselhamento.

Exame de sangue
O Brasil já dispõe de outros testes rápidos de HIV, que demoram em média 40 minutos para ficarem prontos, mas precisam de amostras de sangue - que demanda mais profissionais e material para a realização. Esses exames são empregados em serviços de triagem de emergência, como em mulheres em trabalho de parto que não passaram pelo exame no pré-natal.

Já o resultado dos testes tradicionais usados para detectar o HIV, disponíveis na rede pública, pode demorar de três a 40 dias (dependendo da região do país). Para especialistas, essa demora é um dos fatores que faz com que 30% das pessoas que se submetem ao teste não voltem para buscar o resultado.

O teste oral pode detectar anticorpos do HIV-1 e do HIV-2 e é fácil de ser aplicado. Basta passar uma palheta (parecida com um cotonete) na gengiva e, então, mergulhá-la numa solução líquida reveladora. Se o resultado for positivo, duas linhas vermelhas aparecerão. Os casos de resultados positivos deverão ser confirmados por outros exames tradicionais de sangue.

O fato de a saliva ser utilizada como meio de testagem não quer dizer que exista vírus na mesma. O teste verifica a existência de anticorpos do HIV. E anticorpos não são transmitidos para outra pessoa.

O novo teste Oraquick é mais prático por dispensar agulha, seringa, entre outros apetrechos, além de profissionais para a coleta, análise e interpretação dos dados e informação do resultado ao paciente. Nos EUA, o exame oral foi incluído em campanhas públicas de detecção do HIV.


(Texto adaptado)

CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

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